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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Quem ainda quer ser professor?

Artigo de João Valdir Alves de Souza*, publicado no Boletim UFMG.
Há fortes evidências, nos dias atuais, de que a profissão docente vive uma crise sem precedentes na história do nosso ensino. A despeito da grande diversidade de condições da oferta e demanda por escolarização, tanto no que se refere à condição docente quanto à condição discente, produto da diferenciação sociocultural e das desigualdades socioeconômicas, essa crise atravessa a estrutura da escola de alto a baixo.

Ela combina ingredientes de natureza muito diversa, mas o elemento-chave da sua explicação é o baixo valor do diploma de professor, sobretudo na educação básica, tanto no mercado de bens econômicos (salário) quanto no mercado de bens simbólicos (prestígio). Esse baixo valor do diploma expressa um terrível paradoxo: quanto mais expandimos a oferta do ensino, maior se revela nossa dificuldade de formar professores para atendê-la.


Estamos pagando o preço caro de uma conquista. Desde o século 18, na Europa, e pelo menos desde o final do século 19, no Brasil, reivindica-se educação como direito do cidadão e dever do Estado. Pois bem, todos - ou quase todos - vieram para a escola. Vieram os camponeses, os das periferias urbanas, os indígenas, os deficientes físicos e, inclusive, os que não querem saber de escola. Vieram por direito, resultado de lutas históricas pela sua inclusão nos sistemas de ensino. Mas, como não há milagres em matéria de educação e ensino, isso também exigiria formar em quantidade e qualidade os professores que dariam conta dessa tarefa em condições que obedecessem a patamares mínimos de decência.


O Brasil universalizou recentemente o ensino fundamental e trabalha arduamente para universalizar, até 2016, a educação infantil e o ensino médio, cujo atendimento está na casa de míseros 50%. Não bastasse a escassez de professores para a demanda atual, que o MEC já contabiliza na casa dos 250 mil, sobretudo para o ensino das ciências, universalizar a educação básica implica a necessidade de formar mais e bem os professores para realizar a tarefa. Essa legítima proposta do Plano Nacional de Educação esbarra, contudo, em problemas cuja gravidade nos deixa poucas expectativas para sua realização.


Um desses problemas é a baixa atratividade da carreira docente, com recrutamento dos estudantes dos cursos de licenciatura justamente entre aqueles de escolarização básica mais precária. Indicador preocupante dessa baixa atratividade está expresso na relação candidato/vaga dos últimos 13 vestibulares da UFMG (2000-2012), o que parece estar longe de ser uma situação exclusiva desta Universidade. Em 2000, dos 17 cursos mais concorridos, seis formavam professores. Para o vestibular 2012, não há um único curso de licenciatura entre os 15 mais concorridos.


Mantida a atual tendência, em três ou cinco anos não teremos candidatos aos cursos de licenciatura. Cursos como Ciências Biológicas, Educação Física, Geografia, História, Letras, Matemática e Pedagogia, que eram disputados numa correlação de 12 a 30 candidatos por vaga, há dez anos, para 2012 contarão, respectivamente, com 3,5; 2,1; 1,6; 4,8; 1,4; 2,9 e 3,0 candidatos para cada vaga. Mesmo considerando que houve aumento do número de vagas em alguns deles, redução da concorrência em outros cursos que não os de licenciatura e que caiu de 18 para 9 a média geral da relação candidato/vaga na universidade, a generalizada queda da concorrência nos cursos de licenciatura é forte evidência de que há pouco interesse pela docência atualmente.


Mas isso é apenas parte do problema. Um segundo elemento a ser considerado é o elevado índice de desistência da profissão. Grande número dos que se formam professores não terão as salas de aula como destino ocupacional. A universidade fez elevado investimento, nas duas últimas décadas, criando cursos exclusivamente de licenciatura, em que a escolha precede o vestibular. Grande parte dos alunos desses cursos diz explicitamente que a sala de aula não é a sua opção. E um dos motivos mais apontados é a informação sobre o elevado índice de abandono da profissão, isto é, professores experientes que se afastam por adoecimento ou por não suportarem mais ser vítimas de violência física e/ou simbólica no cotidiano da sala de aula.


Internamente, a Universidade tem enfrentado o problema com ações como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), que concede bolsas de estudos e um trabalho de formação diferenciada para alunos dos cursos de licenciatura. Contudo, se não forem modificadas as condições gerais da docência, para fazer dela uma carreira atraente, simplesmente não teremos professores para atuarem na universalização da educação básica.

*João Valdir Alves de Souza é professor de Sociologia da Educação na FeE/UFMG, coordenador do Colegiado Especial de Licenciatura e do Grupo de Pesquisa sobre Formação de Professores e Condição Docente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Espetáculo da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, em Santa Maria!

No último sábado, dia 12, a comunidade santa-mariense teve a oportunidade de prestigiar um belíssimo espetáculo de rua da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, com a peça “O Amargo Santo da Purificação”, que a partir da história de vida e luta de Carlos Marighella, dedica-se à memória de todos os mortos e desaparecidos políticos que lutaram contra a ditadura militar em nome da liberdade e da justiça social para todos os brasileiros.


Emocionante! Assim podemos definir o espetáculo. De uma riqueza poética, de uma simplicidade sublime, que encanta e toca a todos que o assistem. Desde a história, que por si só já impressiona, até o trabalho dos atores, os figurinos, os materiais utilizados em cena, as músicas cantadas e tocadas pelos atores, o conjunto todo da obra é fabuloso!

 

Em tempos que chamam tudo de espetáculo, ter contato com um trabalho que traz à tona a reflexão, de modo tão completo, é apaixonante.

“Conformismo é a morte!”


Por Fernanda Saldanha

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."
( Rubem Alves )

sábado, 5 de novembro de 2011

Oficinas no TUI

Monsieur “Flop” - Oficina de Clown

Programa:

- Encontro com o “Flop”- vulnerabilidade e desnudamento.
- Relação com o “Flop”
- Prazer e Presença
- Triangulação
- Jogos com objetos e figurinos
- Gags

Ministrante: Luana Rodrigues Michelotti

Data: 21 à 25 de novembro, das 18:30 às 21:30

Carga Horária: 20 horas

Local: TUI (Teatro Universitário Independente) Rua Duque de Caxias 380. Fone: 32176600.

Investimento: 85 reais

Vagas: 25

Necessidades técnicas: sala ampla, aparelho de som, colchonetes, bola.

Público alvo: atores ou pessoas interessadas em autoconhecimento.

Resumo do currículo:
Luana Rodrigues Michelotti é graduada em Bacharelado em Artes Cênicas (opção Interpretação Teatral) e Educação Artística – Licenciatura plena – Habilitação Artes Cênicas na UFSM. Tem especialização na École Philippe Gaulier (Paris - França) patrocinada pelo Governo Federal através do Programa  ApARTES – Capes, onde aprofundou seus estudos em gêneros e estilos teatrais. Foi integrante do Grupo Internacional de Assistentes de Pesquisa do mímico Thomas Leabhart na Califórnia – USA, onde realizava trabalho prático com as técnicas do mimo corpóreo de Etienne Decroux e suas aplicações em projetos individuais e coletivos. Com a Cia Pigmalião de Pesquisa Teatral realizou investigação sobre o Sistema de Stanislavski com ênfase na Análise Ativa, sob a orientação de Nair D’agostini (pós-graduada pelo Instituto Estatal de Teatro, Música e Cinema de Leningrado- URSS). Trabalhou como professora de Interpretação Teatral e Direção do Departamento de Artes Cênicas da UFSM. Tem aperfeiçoamento no Centro de Tecnologia do Espetáculo de Madrid com bolsa do Ministério da Cultura da Espanha; formação de Educadores Brincantes do Teatro Escola Brincante de Antônio Nóbrega e formação em terapias corporais como bioenergética e massagem indiana.
Participou como atriz em diversas montagens como “A Dócil” (direção Nair D’agostini) “Os Tambores Silenciosos” (direção Inês Marocco), “Catástrofre” (Direção Mariane Magno), “Improviso de Ohio” (direção Adriane Patias).
Desenvolveu projetos artísticos e pedagógicos com crianças em ambiente hospitalar, crianças em situação de risco social, pessoas com necessidades educacionais  especiais, adolescentes e idosos.
Ministra oficinas em festivais de teatro como Festival de Teatro Independente de Santa Maria (FETISM-RS), Festival Internacional de Teatro de Londrina (FILO - Paraná) e Festival Internacional de Teatro de Dourados (MS). Recebeu em 2010 da Secretaria da Educação de Porto Alegre o Prêmio “Professor Excelência” pelo trabalho de teatro realizado na Educação de Jovens e Adultos (EJA), da rede municipal de ensino.


O jogo cênico - Oficina de teatro

Programa:

 A oficina propõe uma vivência com jogos e exercícios para o desenvolvimento de princípios básicos para atuação no teatro: cumplicidade, prazer, presença, expressão corporal, improvisação, percepção, criatividade, percepção e concentração.
A oficina também trabalha com a expressividade de danças brasileiras -como ciranda, côco e cavalo marinho- e exercícios corporais da bioenergética para o alcance deste corpo vivo e disponível para o jogo cênico.

Ministrante: Luana Rodrigues Michelotti

Público alvo: atores ou não-atores, com idade mínima de 14 anos.

Necessidades técnicas: sala ampla, aparelho de som, bola.

Carga Horária: 12 horas

Vagas: 25

Dias: 8 a 11 de novembro das 18hs as 21hrs.

Investimento: 65 reais

Local: TUI- Teatro Universitário Independente. Rua Duque de Caxias 380. Fone: 32176600

Resumo do currículo:
Luana Rodrigues Michelotti é graduada em Bacharelado em Artes Cênicas (opção Interpretação Teatral) e Educação Artística – Licenciatura plena – Habilitação Artes Cênicas na UFSM. Tem especialização na École Philippe Gaulier (Paris - França) patrocinada pelo Governo Federal através do Programa  ApARTES – Capes, onde aprofundou seus estudos em gêneros e estilos teatrais. Foi integrante do Grupo Internacional de Assistentes de Pesquisa do mímico Thomas Leabhart na Califórnia – USA, onde realizava trabalho prático com as técnicas do mimo corpóreo de Etienne Decroux e suas aplicações em projetos individuais e coletivos. Com a Cia Pigmalião de Pesquisa Teatral realizou investigação sobre o Sistema de Stanislavski com ênfase na Análise Ativa, sob a orientação de Nair D’agostini (pós-graduada pelo Instituto Estatal de Teatro, Música e Cinema de Leningrado- URSS). Trabalhou como professora de Interpretação Teatral e Direção do Departamento de Artes Cênicas da UFSM. Tem aperfeiçoamento no Centro de Tecnologia do Espetáculo de Madrid com bolsa do Ministério da Cultura da Espanha; formação de Educadores Brincantes do Teatro Escola Brincante de Antônio Nóbrega e formação em terapias corporais como bioenergética e massagem indiana.
Participou como atriz em diversas montagens como “A Dócil” (direção Nair D’agostini) “Os Tambores Silenciosos” (direção Inês Marocco), “Catástrofre” (Direção Mariane Magno),“Improviso de Ohio” (direção Adriane Patias).
Desenvolveu projetos artísticos e pedagógicos com crianças em ambiente hospitalar, crianças em situação de risco social, pessoas com necessidades educacionais  especiais, adolescentes e idosos.
Ministra oficinas em festivais de teatro como Festival de Teatro Independente de Santa Maria (FETISM-RS), Festival Internacional de Teatro de Londrina (FILO - Paraná) e Festival Internacional de Teatro de Dourados (MS). Recebeu em 2010 da Secretaria da Educação de Porto Alegre o Prêmio “Professor Excelência” pelo trabalho de teatro realizado na Educação de Jovens e Adultos (EJA), da rede municipal de ensino.